terça-feira, 15 de julho de 2014

Reflexão sobre o texto "O modelo dos modelos"

         A literatura de Italo Calvino, “ o modelo dos modelos”, nos faz refletir sobre nossa atuação enquanto professora, nossas práticas pedagógicas, nosso fazer pedagógico ultrapassado, excludente, tradicional e homogêneo, não consideramos as especificidades dos alunos, sua singularidade.
Segundo o autor, ” o modelo dos modelos almejado por Palomar deverá servir para obter modelos transparentes, diáfanos, sutis como teias de aranha; talvez até mesmo para dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio”. Faz-se necessário romper com os moldes pré programados, que tem como embasamento uma aprendizagem homogênea, massificada, nossa experiência na docência nos mostra que cada aluno tem sua forma e seu tempo.
 É urgente criar estratégias, metodologias que considere as potencialidades, especificidades, histórico  de vida e experiência dos alunos, dessa forma, teremos uma aprendizagem mais eficaz e significativa, quando o alunado participa da elaboração das estrategias, da seleção dos recursos pedagógicos ele resignifica seus conhecimentos, ele torna-se protagonista de sua história.
        Nós professores do AEE somos mediadores da aprendizagem, os alunos são construtores do conhecimento, portanto devemos proporcionar mediações, ações pedagógicas que sejam inclusiva, abrangentes, a todos os alunos, como bem fala Calvino, “Neste ponto só restava a Palomar apagar da mente os modelos e os modelos de modelos”, desapegarmos de modelos que não contemple a todos, que necessite que  o aluno adapte-se, sobre tudo criar modelos elaborados somente para ele, personalizados, individualizados e não coletivos, que  realmente viabilize  aprendizagem de fato e de direito.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Recursos pedagógicos de apoio a alunos com TEA –
Transtorno do Espectro Autista
    A professora Maria Rosangela Bez, doutora no assunto sobre recursos pedagógicos de apoio a alunos com TEA - Transtorno do Espectro Autista, nos ensina acerca da importância da utilização dos recursos e estratégias das tecnologias da comunicação e informação no desenvolvimento e aprendizagem desse público de aluno, em seu texto AS TECNOLOGIAS COMO SIGNOS NA PERSPECTIVA DA TEORIA SÓCIO-HISTÓRICA, ressalta  ensinamentos sobre essas tecnologias,

As tecnologias criam novas possibilidades de interações e de subjetivação, não necessariamente pré-determinadas no ato de sua criação”, dessa forma devemos utilizar esses recursos no AEE desses alunos, para que possam atingir a inclusão educacional.

      A autora salienta na mesma literatura sobre a necessidade de uso das tecnologias para o desenvolvimento das pessoa com TEA, demonstra a imensa contribuição do uso dos recursos tecnológicos para promoção da comunicação e interação desses alunos .
Num determinado espaço de tempo, num determinado contexto, podem ocorrer dois níveis de mediação, um entre um sujeito e seu par em um processo de interação, com o uso da linguagem e da tecnologia e o outro, quando o sujeito interage com o objeto, no caso a tecnologia.    
 De acordo com a tese de Maria Rosangela Bez, os benefícios são imensuráveis  da utilização das tecnologias digitais para os alunos com TEA, pois atingem as áreas mais comprometida dessas pessoas, a sua comunicação e interação, causando um desenvolvimento consideráveis nesses quesitos.  
Pode-se dizer que as tecnologias são instrumentos culturais criados pelo homem, concretizados como signos ou simbólicos, em processos de interação, que envolvem, principalmente, a linguagem e a tecnologia, concretizando-se, desta forma uma nova forma de comunicação.
       Outra fonte de muitos saberes sobre recursos e estratégias para alunos com TEA, está em outra literatura, RECURSOS TECNOLÓGICOS DE APOIO PARA TEA, da mesma professora Maria Rosangela Bez, trás em seus conteúdos, referências de  muitas tecnologias aplicáveis a alunos com TEA, e  enfatiza que ”uma tecnologia não garante, por si só, o desenvolvimento. É necessário que a mesma seja utilizada através da mediação em interação do aluno com seus pares”.
        Rosangela Bez indica também muitos recursos tecnológicos que podem serem baixados e instalados nos nossos computadores e dos alunos com TEA, que possibilitará uma maior comunicação e interação na sua sala de aula, podemos utilizar os seguintes recursos citados e extraídos dessa literatura da professora Rosângela Bez:
O Boardmaker é um software proprietário, foi comprado pelo Ministério da Educação para equipar as Salas de Recursos Multifuncionais (SRM). Portanto, disponível nas escolas que possuem SRM.  Possui um banco de dados gráficos que contêm mais de 3.500 Símbolos de Comunicação Pictórica - PCS. Ressalta-se que há versões totalmente em Português Brasileiro. Com o Boardmaker, é possível: confeccionar pranchas, localizar e aplicar símbolos e imagens, trabalhar as imagens em qualquer tamanho e espaçamento, imprimir e/ou salvar a sua prancha de comunicação, armazenar, nomear, organizar, redimensionar e aplicar imagens escaneadas, criar folhas de tema ou trabalho, listas de instruções pictóricas, livros de leitura, jornais e pôsteres e acompanhar várias grades prontas de calendários e agendas.
        Speaking Dynamically Pro- SDP é um programa fácil de usar, que trabalha opcionalmente integrado ao Boardmaker e permite criar inúmeras atividades interativas de comunicação com acessibilidade total. Ele permite criar pranchas de comunicação interligadas com funções programáveis em suas células. Essa função do programa permite criar links entre as pranchas (como as páginas da Internet), fazendo com que uma célula/tecla abra uma nova prancha temática na tela do computador
Amplisoft Ele tem como objetivo propiciar melhora no sistema de comunicação alternativa, através de técnicas que permitam uma utilização otimizada dos programas com o menor desgaste possível, tais como: predição e antecipação de palavras e símbolos, sintetizador de voz, auto clique e varredura
      AraBoard é um conjunto de ferramentas projetadas para a Comunicação Alternativa, que tem o objetivo de facilitar a comunicação funcional através do uso de imagens e pictogramas, para pessoas com qualquer tipo de dificuldade nesta área. Permite criar, editar e usar pranchas de comunicação para diferentes dispositivos (computador, smartphone ou tablet), e para vários sistemas operacionais SCALA (Sistema de Comunicação Alternativa para letramento de pessoas com autismo)
O Sistema SCALA foi desenvolvido, como recurso de apoio a processo inclusivos de pessoas. É um sistema de comunicação alternativa gratuito.   Esta disponível em duas versões: web (http://scala.ufrgs.br/Scalaweb/) e dispositivo móvel tablet abdroid (download - http://scala.ufrgs.br/). Possui um módulo para construção de pranchas de comunicação, e o módulo narrativas visuais para construção de histórias.
Essas indicações de programas e sites que auxiliam a comunicação e interação das pessoas com TEA, podem ser usados por qualquer idade, dependendo das intervenções que o mediador objetivar alcançar.
Os sites http://www.comunicacaoalternativa.com.br/ e o http://.catedu.es/arassac/ , tem muitas informações acerca da comunicação alternativa e ampliada para o desenvolvimento e aprendizagem dos alunos com TEA, a PRANCHA DE COMUNICAÇÃO um recurso tão conhecido pelos professores do AEE, que pode ser confeccionado, ou seja um recurso de baixa tecnologia que apoia o aluno, impactando em uma qualidade de vida significativa, vale ressaltar que o aluno deve possuir esse material tanto no uso de seu ambiente doméstico como no escolar, destina-se o seu uso em qualquer idade.
A prancha de comunicação tem sempre o escopo de ampliar a comunicação e interação do aluno em sala de aula, e em seus ambientes cotidianos, sempre coerentes com as necessidades dos alunos e seus interesses e especificidades, na escola a prancha deve acompanhar o  aluno em todos os momentos, no AEE, na biblioteca, laboratório de informática, recreio, educação física é um instrumento indispensável a todos os ambientes porque está implicado na comunicação  da pessoa.
Dessa forma a PRANCHA DE COMUNICAÇÃO representa a autonomia e independência dos alunos que necessitam de ampliação na sua comunicação e consequentemente facilitam a interação dessas pessoas.








quarta-feira, 16 de abril de 2014

PARALELO ENTRE DEFICIENCIA MÚLTIPLA E SURDOCEGUEIRA

A surdocegueira é uma deficiência única, não considerada múltipla, necessita de critérios cautelares para oferecer a pessoa surdocega um sistema que lhe dê suporte, segundo a tese de Mc Innes (1999),”a premissa básica é que a surdocegueira é uma deficiência única que requer uma abordagem específica para favorecer a pessoa com surdocegueira e um sistema para dar este suporte”.(MEC/SEESP, 2010).
O autor esclarece ainda que muitas pessoas com surdocegueira congênita ou adquirida precocemente tem outras deficiências associadas como física e intelectual  e que essas pessoas tem a sua aprendizagem adquirida de forma peculiar pois tem dificuldades  em observar, compreender e imitar o comportamento dos outros seres em contato, por causa das perdas auditivas e visuais que apresentam.
A aprendizagem da pessoa com surdocegueira dar-se através  de técnicas de contato com as mãos, mão-sobre- mão (mão do mediador posicionada em cima da mão do aluno) e mão -sob-mão (mão do mediador posicionada abaixo da mão do aluno), de acordo com o pensamento das autoras Ismênia Bosco, Sandra Mesquita e Shirley Maia, ” É necessário incentivar e ensinar a pessoa com surdocegueira a de como usar sua visão e audição residuais, assim como outros sentidos remanescente, provendo-as de informações sensoriais necessárias que suscitem sua curiosidade”.
Vale ressaltar que a pessoa com surdocegueira tem potencialidades para aprendizagem, devemos desmistificar a ideia que são incapacitadas para aprendizagem, o que lhes falta são recursos apropriados  para o desenvolvimento de sua comunicação,  essas pessoas muitas vezes são privadas do contato e  interação com o meio ambiente o qual são inseridos.
Enquanto que as pessoas com deficiência múltiplas  são as que possui mais de uma deficiência associada. “É uma condição heterogênea que identifica diferentes  grupos de pessoas, revelando associações diversas de deficiência que afetam, mais ou menos intensamente, o funcionamento individual e o relacionamento social”. (MEC/SEESP, 2002).
As pessoas com deficiência múltipla são aptas para aprendizagem, no entanto elas desafiam os profissionais envolvidos no processo inclusivo na busca de novas ações pedagógicas para  que possam alcançar essa aprendizagem, deve-se  promover atenção especial a sua comunicação e o posicionamento, respeitando as especificidade e individualidade de cada aluno.
De acordo com os ensinamentos das autoras  Ismênia Bosco, Sandra Mesquita e Shirley Maia,”Mesmo quando a deficiência predominante não é na área intelectual, todo trabalho com o aluno com deficiência múltipla ou surdocegueira implica  em constantes interações com o meio ambiente ( MEC/SEESP, 2010). Para que as pessoas com deficiência múltipla e sudocegueira conquistem a aprendizagem devemos promover situações desafiadoras, propiciar experiências com o meio em que vivem para ampliar seus saberes, adquirir sua autonomia e independência.





segunda-feira, 10 de março de 2014

EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM SURDEZ – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM CONSTRUÇÃO
                                                                            
                                                                                  Mary Mércia Oliveira de Sena
     
      Devemos desmistificar  a ideia de que o desenvolvimento e aprendizagem das pessoas com surdez estão limitada somente a sua sensorialidade, é essencial que percebamos que são seres dotados de potencialidades, consciência e cognição apta para aprendizagem e podem desenvolver linguagem.
   Dessa forma  faz-se necessário propiciar para os alunos surdos ambientes escolares com ações pedagógicas desafiadoras e estimulantes,  com propostas curriculares de uma educação bilíngue LIBRAS e Língua Portuguesa na modalidade escrita, sobretudo ofertando o AEE nos três momentos, em LIBRAS, de LIBRAS e no ensino da Língua Portuguesa escrita.
      Uma escola que pensa em promover aprendizagem para todos os alunos,  está preparada também para inclusão das pessoas  com surdez, proporciona uma educação de  qualidade e fomenta a autonomia desses alunos enquanto cidadão de uma sociedade.
    O AEE tem como escopo colocar o aluno com surdez em contato com o conhecimento curricular, participar das aulas, interagir com o professor e colegas, ou seja garantir o desenvolvimento linguístico, social, cognitivo e emocional. De acordo com os ensinamentos da autora Damázio.
 O AEE para alunos com surdez, na perspectiva inclusiva, estabelece como ponto de partida a compreensão e o reconhecimento do potencial e das capacidades dessas pessoas, vislumbrando o seu pleno desenvolvimento e aprendizagem.
     Damásio esclarece,” O AEE em seus três momentos visa oferecer a esses alunos a oportunidade de demonstrarem se beneficiar  de ambientes inclusivos de aprendizagem”, pois uma escola que acolhe as diferenças de seus alunos repensas e adapta suas práticas pedagógicas para atender a todos os alunos.
     O AEE em LIBRAS é realizado de forma complementar ao conteúdo que está sendo trabalhado em sala de aula, explora-se o conteúdo em LIBRAS, é feito pelo professor do AEE, no contra turno da escolarização do aluno, articulando com o professor da sala de aula comum, segundo as teses da professora Damázio.
 O AEE em LIBRAS fornece a base conceitual dos conteúdos curriculares desenvolvidos na sala de aula.Esse atendimento contribui para que os alunos com surdez participem das aulas,compreendendo o que é tratado pelo professor e interagido com seus colegas.
       O Atendimento Educacional Especializado para o ensino de LIBRAS é um direito garantido por lei de Nº 10.436/2002 para a pessoa com surdez ter acesso a aprendizagem de LIBRAS desde a educação infantil até o ensino superior, com a presença de um profissional habilitado, preferencialmente surdo, as escolas devem promover o ensino de LIBRAS, por meios de métodos adequados para que o surdo atinja a aprendizagem.
Lei de Nº 10.436/2002, é entendida como a forma de comunicação e expressão em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundo de comunidade de pessoas surdas do Brasil.

    Não basta as legiferações é importante que o ensino de LIBRAS tenha metodologias eficientes, significativas e sedutoras para que o aluno surdo motive-se para aprendizagem.
     O AEE para o ensino de Língua Portuguesa escrita para os alunos surdos promove uma concepção bilíngue, LIBRAS e Português escrito, como língua instrução, pois sua língua natural é a LIBRAS, o professor do AEE deve orientar-se  sob dois  aspectos, alunos com surdez e o ato de ler e aluno com surdez e o ato de escrever, para  uma educação eficaz .

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p..46-57.